quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Meio ambiente e saneamento: a questão do esgoto sanitário e industrial

(*) Ademir Damião Amorim dos Santos
As atividades humanas provocam a geração de resíduos, que podem ser sólidos (lixo), líquido (esgoto) e gasoso (gases poluentes), que provocam danos ao meio ambiente, necessitando da adoção de medidas que diminuam os seus efeitos negativos.
Neste artigo, iremos nos concentrar nos efeitos negativos provocados pelos resíduos líquidos sobre o meio ambiente, devido à falta de ações de saneamento, destacando os danos provocados sobre os cursos de água, como rios, canais, lagos e mar.
O conceito de saneamento indica um conjunto de ações que busquem a melhoria das condições do meio que se encontra ao nosso redor e de nossa vida, garantindo uma boa qualidade de saúde pública.
Uma das questões que sempre nos lembramos de saneamento, diz respeito ao esgotamento sanitário, que é constituído de esgoto de origem domiciliar, sendo verificado que este problema atinge grande parte da população brasileira, não atendida coma oferta de um serviço adequado, já que só menos de 10% do esgoto gerado no Brasil é tratado adequadamente.
Além do esgoto sanitário, merece destaque o problema provocado pelo lançamento irregular de resíduos industriais nos cursos de água, verificando-se a necessidade de uma permanente atenção da fiscalização dos órgãos públicos no controle ambiental das atividades das indústrias, que são potencialmente poluidoras.
O lançamento inadequado de esgoto sanitário e de resíduos industriais provoca a poluição e contaminação das águas, ocasionando a morte de animais, como peixes e crustáceos, além de doenças como hepatite, doenças de pele, intoxicação por consumo de alimentos contaminados, poliomielite, cólera, dengue, verminose, entre outras.
Conforme estudos realizados, a falta de um sistema adequado de esgotamento sanitário é responsável por, aproximadamente, 80% das doenças e 65% das internações hospitalares no Brasil, onde 240 crianças morrem por dia por falta de ações de saneamento, salientando que apenas 0,1% do esgoto de origem doméstica são constituídas de impurezas de natureza física, química e biológica, sendo o restante constituído de água.
Voltando o olhar par o Estado de Pernambuco, observa-se que existe rede de esgoto em apenas 20% da área habitada e, que no caso de Recife é no patamar de 40% do território com rede de esgoto, salientando que não ocorre o devido tratamento, devido os problemas operacionais das estações de tratamento da COMPESA.
A rede de esgoto da capital pernambucana tem mais de 60 anos, não acompanhando, portanto, o crescimento do Recife, inclusive, o surgimento de inúmeros edifícios em locais onde, anteriormente, existiam habitações unifamiliares.
Como resultado da situação, verifica-se o lançamento dos esgotos nos cursos de água ou em vias públicas. Provocando os problemas já apontados acima, havendo a necessidade da reversão deste quadro, salientando a importância das ações de saneamento para preservação do meio ambiente e saúde da população.
Finalizando, ressaltamos que é importante que a sociedade se mobilize para aprovação de recursos voltados para melhoria das condições do saneamento, buscando garantir que sejam implantadas ações na área de esgotamento sanitário, minimizando os problemas ora existentes, como atualmente, vem ocorrendo com o PROMETRÓPOLE no Rio Beberibe, atendendo a população de baixa renda e, brevemente, ocorrerá no rio Capibaribe, através do Projeto Capibaribe Melhor.
(*) Engenheiro, Mestre em Gestão e Políticas Ambientais pela UFPE, foi Presidente da Associação Comunitária dos Moradores da Ilha do Chié, em Campo Grande.

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